Samakuva, neste aspecto, já não oferece nada como presidente, com o agravante de colocar-se em choque com as suas próprias ideias de mudança e a entrada de outros “players” na cena nacional.
Os cérebros do partido deviam se preocupar com a mensagem que enviaram aos angolanos, a qual belisca de forma grave a imagem da UNITA, fazendo transparecer que no seu seio a democracia ainda é encarada como coisa para a casa alheia, onde deve centrar -se as atenções e fazer -se toda a pressão para distrair os menos atentos sobre os acontecimentos no país, escondendo com isso as suas próprias fraquezas.
Samakuva conseguiu demover o partido do caminho do choque e controlar as vozes que preferiam partir para combate político descomunal, em que uma vez sujeitos, afectaria a paz e o clima de estabilidade. Os angolanos teriam motivos para deixar de sorrir.
Samakuva, aqui, verdade seja dita, foi um homem de honras. Porém, quanto à sua substituição no partido, Samakuva falha, por sua culpa ou não, é nele que caem as insatisfações de todos aqueles que acompanham a política nacional dos novos tempos.
Nunca um partido deve achar que a sua vida interna em nada tem a ver com o mundo lá fora, por uma razão muito simples: os militantes não garantem de forma alguma o progresso político, entendido como vitória nas urnas e credibilidade para condicionar cenários ou influenciar rumos ao povo e ao país. Espero que isso baste, para os ideólogos da UNITA perceberem a tão grave falha que cometeram em criar um cenário para facilitar a continuidade de Isaías Samakuva.
Perante esse quadro, estamos em condições de afirmar que a UNITA tem medo de fazer política. É preciso, pois, começar a acompanhar as dinâmicas dentro e fora do partido.
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